Um estudo internacional revelou que muitas pessoas podem ter um “irmão gêmeo genético” vivendo em algum lugar do planeta — alguém sem qualquer parentesco direto, mas com traços físicos quase idênticos. A pesquisa, publicada na revista Cell Reports, mostra que fatores genéticos específicos podem levar indivíduos sem ligação familiar a apresentarem rostos extremamente parecidos.
Como o estudo foi feito
A investigação foi conduzida por cientistas do Instituto Josep Carreras, em Barcelona, e utilizou como base um projeto fotográfico chamado “I’m not a look-alike!”, criado pelo artista canadense François Brunelle. O projeto reúne imagens de pessoas que se parecem tanto que poderiam ser confundidas com gêmeos, mas que não têm qualquer laço de sangue.
No total, foram analisados 32 pares de “sósias”. Cada dupla passou por testes de DNA, softwares de reconhecimento facial e questionários sobre hábitos de vida, alimentação, tabagismo e histórico de saúde.
Resultados surpreendentes
Os dados mostraram que metade dos pares possuía semelhança facial equivalente à de gêmeos idênticos, segundo a análise do software.
Além da aparência, os cientistas encontraram semelhanças genéticas em genes associados a características físicas como formato do nariz, estrutura facial, lábios e olhos.
Outro detalhe curioso: muitos desses “gêmeos de aparência” também compartilhavam hábitos e traços comportamentais parecidos, como estilo de vida, peso corporal, nível educacional e até preferências alimentares.
Nem tudo é coincidência
Os pesquisadores destacam que, embora esses indivíduos tenham genéticas parecidas em alguns pontos, eles continuam sendo pessoas completamente diferentes. Fatores como ambiente, cultura, microbioma e experiências pessoais influenciam muito mais no desenvolvimento humano do que apenas a aparência.
O que o estudo revela sobre nós
A pesquisa reforça a ideia de que, com quase 8 bilhões de pessoas no mundo, é estatisticamente provável que existam “versões” muito semelhantes de nós em algum lugar.
Além da curiosidade, o estudo pode ajudar em áreas como identificação genética, medicina personalizada e tecnologias de reconhecimento facial, oferecendo novas perspectivas sobre como a genética molda nossa aparência — e o quanto o acaso pode aproximar pessoas que nunca se encontraram.













