Entenda o porquê do açafrão verdadeiro ser caro
Conhecido como “ouro vermelho”, o açafrão verdadeiro é considerado a especiaria mais cara do planeta. O valor elevado não é por acaso: desde o cultivo até a chegada ao consumidor, cada etapa exige cuidado e trabalho manual intensivo.
O tempero é produzido a partir dos estigmas da flor Crocus sativus. Cada flor gera apenas três fios, e para se obter um quilo do produto seco são necessárias em média 150 mil a 200 mil flores. A colheita não pode ser feita por máquinas, já que os filamentos são extremamente delicados e precisam ser retirados manualmente.
Além disso, o cultivo depende de condições climáticas muito específicas, como verões secos, invernos frios e solos bem drenados. Chuvas intensas na época da floração ou geadas repentinas podem comprometer a produção. Depois da colheita, os fios ainda passam por processos de secagem e classificação, que definem a intensidade de cor, sabor e aroma.
A alta demanda também pesa no preço. O açafrão não é usado apenas na culinária: o mercado inclui cosméticos, remédios, suplementos e até chás, o que aumenta a procura mundialmente. A oferta, no entanto, é limitada.
Outro fator que encarece a especiaria é o risco de adulteração. Por ser tão valiosa, a produção precisa passar por controles de qualidade rigorosos, com certificações e testes de pureza para evitar fraudes.
O resultado dessa combinação — baixo rendimento, trabalho manual, restrições climáticas, demanda elevada e necessidade de controle — explica por que o açafrão se mantém entre os produtos mais caros do mundo.













