Um casal da Rússia está sendo investigado após tatuar o antebraço do próprio filho, de apenas um ano de idade, com o objetivo de participar de um concurso que oferecia um apartamento como prêmio. O caso chocou a população e gerou intensa discussão nas redes sociais sobre os limites da exposição infantil e o desespero de famílias em situação de vulnerabilidade.
De acordo com informações divulgadas pela imprensa local, o concurso era promovido por um influenciador digital conhecido no mundo dos games, que usava desafios e vídeos virais para promover um projeto ligado a cassinos online. Em uma das etapas, os participantes deveriam tatuar um código específico para comprovar fidelidade à campanha. O casal decidiu realizar o procedimento na pele do bebê, acreditando que o gesto extremo aumentaria as chances de vencer.
Nas imagens que circularam na internet, o bebê aparece chorando enquanto o suposto tatuador realiza o procedimento no braço da criança. Ainda há dúvidas sobre a autenticidade da tatuagem — se ela é permanente ou temporária —, mas o vídeo foi suficiente para gerar revolta entre usuários das redes sociais e autoridades.
Segundo relatos, os pais justificaram o ato dizendo que estavam endividados e morando de aluguel há três anos, sem condições de comprar uma casa própria. Eles afirmaram que viram no concurso uma oportunidade de mudar de vida e não imaginavam que a repercussão seria tão negativa.
O caso foi encaminhado ao Comitê Investigativo da Rússia, que deve apurar se houve maus-tratos e violação dos direitos da criança. A chefe da Liga da Internet do país, Ekaterina Mizulina, classificou o episódio como “um exemplo alarmante de como a busca por visibilidade digital tem ultrapassado todos os limites morais”.
A situação reacendeu o debate sobre a exploração de menores em conteúdos online e os riscos do chamado “marketing extremo”, no qual pessoas buscam fama e recompensas financeiras à custa de atitudes perigosas e irresponsáveis. Especialistas destacam que o episódio reflete um problema crescente: o impacto das redes sociais na percepção de valores, ética e segurança infantil.













